
Há algo nele que despe minhas vergonhas, que afugenta meus pudores, que descerra minhas vontades, algo que me permite, me autoriza, me incita. Nele sou uma redução ao simples, cru, nu, essencial. Nele sou sem máscara, sem alegorias e adereços, sem camuflagem. Nele posso ser lama, dama, cama, drama e verdade, ainda que torta, ainda que feia, ainda que abjeta. Nele posso mostrar o que me envergonha, o que dói, o que é chaga. E ele não ri, a ele não repugna, não enoja, não diverte. Ao contrário. Ele lambe minhas feridas.
Patrícia Antoniete
:)
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